sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Jogo Timeline - 6o ano e 8o ano Colégio Santa Rosa de Lima - Botafogo

Aproveitando o final de ano e com muitos dos meus alunos do 6o ano do colégio já aprovados, resolvi, ou melhor, resolvemos, jogar este jogo que como o nome diz, trata de se construir através de cartas, uma linha do tempo.
Esta caixa do jogo possui somente cartas relacionadas a invenções da humanidade. São 110 cartas que começam na pré-história e terminam no tempo presente, passando desde a invenção do fogo até o século XX, com a invenção do avião (acredito que vá mais além, mas ainda não olhei todas as cartas devidamente).
Neste dia, o jogo se desenvolveu de forma livre, ou seja, não havia nenhum planejamento específico de aula. Os alunos estavam ali para conhecer o jogo, somente. No entanto, eu, que não joguei, fiquei na observação dos alunos à medida que o jogo ia se desenvolvendo. O meu objetivo era simplesmente colher o máximo de informações para se criar um trabalho mais específico na questão da temporalidade (inclusive ampliando questões que de longe passam no jogo e mesmo questionando a linearidade temporal que o jogo indica)  nos anos do ensino fundamental. Isto somente vai acontecer no ano que vem e com outras turmas.

O jogo: o timeline, que aqui no Brasil é vendido pela Galápagos, tem uma mecânica bem simples: os jogadores embaralham as cartas, distribuem de 4 a 6 delas para cada um, dependendo do número de jogadores com as datas das invenções viradas para mesa, de forma que eles não visualizem-na; uma carta do deck (montinho ou pilha de carta se preferir) é virada para cima. A partir dessa data (ou invenção), a linha do tempo vai sendo feita; os jogadores colocam as suas cartas viradas para baixo à esquerda da carta inicial, caso eles achem que a sua carta é anterior no tempo da carta inicial ou à direita, se achar que é posterior e assim sucessivamente. Caso o jogador erre a data, ele a devolve ao montinho e pega uma nova; caso acerte, a sua carta monta a linha e por aí vai. Ganha aquele que não tiver mais carta na mão.

No 8o ano a coisa se deu da mesma maneira. No entanto, as conclusões foram outras. E foi interessante perceber a "maturidade" na questão das escolhas e estratégias para se criar a linha do tempo. A questão da temporalidade (mesmo que ainda seja a linear) está muito mais clara nesses alunos,e os motivos para isso são vários: a idade e uma maior maturidade nas concepções de tempo em relação ao 6o ano, o contato com o estudo da história mais longo, por mais tempo (afinal, este é o terceiro ano deles no ensino fundamental), muitas invenções que aparecem na carta não são desconhecidas deles por causa de outras disciplinas, como a geografia, mas também filmes etc. No entanto, o que percebi mais claramente foi a manutenção da ideia de uma temporalidade linear e progressiva, ainda muito de acordo com aquilo que continua somente sendo estudado em sala de aula. Além disso, a própria proposta do jogo induz a se concluir  que o tempo de fato é linear e progressivo.

Mais análises serão feitas a partir daqui, assim como formas diferentes e mais abrangentes de se estudar a temporalidade serão desenvolvidas para serem trabalhadas em sala de aula.

Turma de 6o Ano do Colégio Santa Rosa de Lima - Botafogo



A turma de 8o ano do Colégio Santa Rosa de Lima - Botafogo




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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Primeiras Palavras

FINALMENTE!

Eu havia prometido a mim  mesmo que criaria um blog de história a um bom tempo, mas não tinha coragem de criá-lo. Os motivos são vários, mas o principal era a questão do tempo. Eu tinha (como ainda tenho) um grande medo de que o blog não sairia do jeito que gostaria porque isso é um tipo de coisa que demanda muito tempo de quem não tem (os professores sabem do que estou falando). Por isso demorou. Por que então ele está saindo agora? Parece que esta pergunta é complicada, mas na verdade não é. E o motivo é duplo: senti uma necessidade de criar este blog neste momento porque minha vida profissional está passando por algumas mudanças significativas, mudanças estas que vão deixar, de uma forma ou de outra, certa saudade. Em poucas palavras: achei que criar este blog poderia criar um vínculo mais duradouro com as pessoas (todas elas, mas especialmente os alunos) que conheço há muito tempo e que provavelmente não terei mais contato e não mais farei parte do caminho de conhecimento que eles continuarão seguindo. Isto porque o colégio que leciono há 11 anos vai fechar as portas no final de 2016. Daí pensei que havia a necessidade de se criar algo que eu, o corpo de funcionários do colégio, mas principalmente os alunos, pudessem continuar se vendo - ou melhor - se lendo. O tempo é curto, já que o ano letivo está acabando, mas há uma produção de conhecimento criada que queremos expor a todos e esta produção é o carro chefe do blog, o Glossário Histórico (o Glossário, é importante dizer, não será somente uma produção dos alunos deste colégio, mas sim uma produção coletiva dos alunos das escolas que continuo lecionando e que ainda vou lecionar). Esta foi a forma que encontrei para que conhecimento de história e produção de memória (a memória de que fez parte dessa história do colégio) se encontrassem num mesmo espaço. Isto ao mesmo tempo em que nós, de forma virtual, possamos continuar nos vendo (ou lendo) através dos comentários e posts que espero receber a partir de hoje!
O segundo motivo é puramente acadêmico. Neste caso, o objetivo do blog é discutir, através dos textos e das experiências, a ação de um profissional de história na educação fundamental e do ensino médio. Sendo assim, no blog existirão (pelo menos é o que espero) espaços para a produção de conhecimentos de todos os tipos, minha e dos meus alunos, através de textos, jogos (ramo que estou cada vez mais inclinado a usar em sala de aula), questões, atividades etc. e da própria produção dos alunos em sala de aula e fora dela.
Enfim, espero que quem leia e acompanhe de fato curta o que aqui está sendo produzido.
Hugo Monção